Operadoras de TV contra o Netflix

O inevitável aconteceu, as operadoras de TV contra o Netflix, deixando o cliente praticamente na mão.

Operadoras de TV contra o Netflix
Operadoras de TV contra o Netflix

Entender a mente humana é complexo demais, afinal além das entranhas no nosso cérebro (acredite esta é a parte fácil) temos que lidar com a forma como fomos criados, as emoções que vivemos ou deixamos de viver e mais uma tonelada de experiência de vida que é geneticamente repassada geração após geração, logo entender a movimentação de clientes dentro de um determinado nicho de mercado é trabalho para mestres, mas mesmo assim podemos elencar diversos motivos para determinar que as operadoras de TV contra o Netflix irão definitivamente fracassar.

Operadoras de TV contra o Netflix: entendendo o mercado

Primeiro vamos entender um pouco como é este mercado, a princípio as operadoras de TV tem que concorrer entre si e contra emissões piratas de sinal, o famoso Skygato. E se aparentemente a concorrência com a pirataria parece desleal é relevante informar que muitos que hoje usam receptores piratas entraram neste mundo por incompetência das próprias operadoras de TV.

São tantas quedas de sinal, promessas não cumpridas e cobranças não autorizadas e abusivas que o cliente se cansa de tentar resolver todo mês uma pendenga que no final prefere enfrentar a instabilidade e falta de qualidade do sinal pirata do que aguentar uma operadora de TV.

Sendo ético ou não, é fácil entender que a grande perda de clientes que as operadoras vem sofrendo tanto para a pirataria quanto para serviços novos como o Netflix é por pura falta de inovação e bom atendimento, resumindo, é pura incompetência.

Operadoras de TV contra o Netflix: entenda o caso

Com os clientes e fuga constante as TVs por assinatura decidiram se unir para mudar o rumo desta história. Então estamos falando de flexibilização de grade e preços (para que pacotes com canais inúteis que sou obrigado a “comprar”) e novidades entre os serviços já ofertados? Errado, as empresas estão armando um megalobby em Brasília com as seguintes solicitações:

  • Que a Ancine cobre a Condecine do Netflix;
  • Que haja a obrigatoriedade de 20% de conteúdo nacional (mas não estamos em um democracia de direito?);
  • Que exista cobrança de ICMS sobre o serviço;
  • Que exista cobrança adicional pelo tráfego de rede gerado pelo stream de vídeo (como se o cliente do Netflix e o próprio Netflix já não pagassem para ter conexão a internet).

Resumindo, a tática das operadoras é esperta, faz entrar dinheiro para a Ancine para que eles apoiem, faz entrar dinheiro para o Governo Federal através de uma nova forma de tributação para que eles aprovem a ideia e de quebra faz os custos do Netflix aumentarem vertiginosamente através da aquisição/produção de conteúdo nacional e cobrança duplicada pelo tráfego de rede.

Nem é preciso falar que existe grande chance de coisas assim serem aprovadas porque gera interesse para várias partes, menos para o Netflix e para os consumidores.

Operadoras de TV contra o Netflix: o que podemos fazer?

Definitivamente as operadoras de TV querem continuar no seu monopólio disfarçado, não querem competir abertamente no mercado e embora o Netflix deva possuir caixa e suporte financeiro necessário para lutar neste segmento o que podemos fazer é basicamente reclamar e reclamar muito.

Seja por qualquer meio, mas faça valer o seu direito de falar, envie e-mails para deputados e para o próprio governo, reclame em redes sociais, faça barulho que mediante força popular o governo pode notar tamanha insatisfação popular que temendo ser “esquecido” nas próximas eleições pode não ceder ao lobby.

Operadoras de TV contra o Netflix: mas tudo isso dá resultado?

Toda esta mega operação das operadoras de TV não vai recuar as constantes quedas no número de assinantes ativos, pois além da crise econômica que está fazendo todo mundo frear os gastos a população de modo geral tem modificado a forma como interage com a TV, querem escolher programas independentes de horários e acima de tudo estão cansados de pagar por uma assinatura de TV e ter que aturar excesso de comerciais.

Se as operadoras continuarem a insistir, mesmo que todas as exigências sejam aprovadas, o Netflix pode até mesmo sair do país, mas isso nem de longe fará os seus números de assinaturas aumentarem ou pelo menos deixarem de cair.

Petter Rafael

Desenvolvedor Web atua com as tecnologias Java e PHP apoiadas pelos bancos de dados Oracle e MySQL. Além dos ambientes de desenvolvimento acima possuiu amplo conhecimento em servidores Apache/Tomcat, Photoshop, Arte & Foto, Flash e mais uma dezena de ferramentas e tecnologias emergentes. Atualmente colabora com o Viablog escrevendo sobre programação e tecnologia.