O início do fim da Nokia
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Até o final de 2009, a Nokia era sem sombra de dúvidas referencia em desenvolvimento de celulares e smartphones.
A marca Nokia aliada à marca Symbiam eram sinônimos de qualidade de hardware e software. Mas o mundo da informática é rápido, muito rápido e cruel.
Hoje o Symbiam não quer dizer nada e o Meego da parceria da Intel com a Nokia não vingou (ainda), o CEO da Nokia (ex-CEO da Microsoft) anunciou esta semana um acordo de cooperação da Nokia com a Microsoft e seu Windows Phone 7.
Basicamente o acordo diz que a Nokia irá empregar esforços e recursos de hardware enquanto a Microsoft emprega esforços de customização ao gosto da Nokia no software Windows Phone 7, que promete ser o terceiro ecossistema no mundo dos smartphones (os outros ecossistemas são o iOS da Apple e o Android da Google).
Passando por cláusulas de transferência de tecnologia e conhecimento.
Eu já vi esse filme, no início dos anos 80 só que daquela vez a integradora de hardware era a IBM e o software era o recém-lançado MS-DOS da recém-criada Microsoft. Todos sabem que a IBM levou o chapéu, afinal no mercado de computadores pessoais a Microsoft se tornou a gigante e dominadora do segmento enquanto que hardware da IBM, hoje, não existe no segmento. A IBM tem a desculpa de que naquela época o hardware tinha o valor, o software não era nada e que a Microsoft arriscou muito e também não tinham CASES anteriores para verem o erro alheio.
Hoje vemos a Nokia cometer o mesmo erro, com o agravante que já conhece a história mal acabada da IBM com a Microsoft e que embarcam no mesmo quesito de “Eu tenho o hardware”.
Vamos analisar alguns dados:
- A Microsoft é irrelevante no marcado de sistemas operacionais no mundo mobile, eles precisam de uma empresa tradicional no segmento para difundir seu novo ecossistema, no caso a empresa escolhida foi a Nokia;
- Hardware qualquer empresa no segmento produz, temos a Motorola, Sony e muitas outras, isso sem contar as empresas piratas da China;
- O software Windows Phone 7 somente a Microsoft produz e obviamente se ele fizer sucesso os smartphones da Nokia serão conhecidos por executar o Windows Phone e não pelo seu hardware.
Agora, com os três principais argumentos listados, adivinhem quem vai levar o chapéu nessa história toda?
Quem pensou na Nokia acertou de primeira.
Os acionistas que tentaram embargar e depois decidiram acabar com o movimento anti-acordo, agiram certo em tomar uma atitude prevendo o real contexto do acordo para a Microsoft e agiram errado da forma que programaram as suas ações.
Então preparem para verem a história se repetir, a Nokia não vai falir nem fechar (eu acho), mas vai se tornar irrelevante no seguimento e alguns anos e nem traço no Ibope irá mais pontuar.