Empresa de hackers foi hackeada e se dá mal
Empresa de hackers foi hackeada e todos seus clientes foram expostos, inclusive negócios ilegais. O problema é tão grande como a falta de segurança desta empresa.
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A empresa Hacking Team tem a singela missão de fornecer ferramentas e serviços para que órgãos governamentais de diversos países mantenham controle e espionagem contra alvos específicos, mas a realidade não é bem esse (e bem mais suja) e tudo foi descoberto agora que a empresa de hackers foi hackeada e mais de 400 GB de dados foram divulgados.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras já vinha reclamando das ações desta empresa, tanto que a mesma foi apelidada de “mercenária digital” e embora neguem veemente vários casos estão vindo a tona e a missão de fornecer ferramentas para combate ao terrorismo na verdade é somente uma fachada para que a empresa negocie ferramentas e serviços para países com claro intuito de cercear a liberdade civil de seus habitantes (inclusive os que moram foram de seus países de origem).
Em suma, a Hacking Team é uma empresa que vinha fornecendo ferramentas para países e organizações inimigas utilizarem entre si, seja com objetivos legítimos ou ilegítimos, o rol de países “escusos” é imensa.
Empresa de hackers foi hackeada e se dá mal: o vazamento
Um grupo de hackers conseguiu comprometer de alguma forma a rede da empresa e com isso além de obter um volume enorme de dados também conseguiu obter acesso a conta do Twitter e alterou o nome da conta para “Hacked Team”.
Desde então o grupo vem divulgando diversas informações, documentos e troca de e-mails que comprovam a associação, venda e auxílio a uma lista enorme de países ao redor do mundo, países como Egito, Marrocos, Nigéria, Chile, Colômbia, Equador, México, Estados Unidos, Mongólia, Coreia do Sul, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha entre muitos outros.
E toda a operação da empresa não para por aí, constam inclusive países proibidos de comercio de armas pela ONU.
Empresa de hackers foi hackeada e se dá mal: o caso do Sudão
Um dos exemplos mais emblemático é o caso do Sudão, país que está proibido de negociar armas desde 2005, onde inclusive a Hacking Team foi questionada em janeiro de 2015 sobre a possibilidade de estar realizando negócios com o país, situação que foi prontamente negada.
Porém pelos documentos vazados fica claro que o Sudão gastou mais de 480 mil Euros com a Hacking Team.
Outro negócio que merece destaque é o spyware vendido para a Etiópia, que o utilizou para monitorar jornalistas, inclusive os que residiam nos EUA.
Empresa de hackers foi hackeada e se dá mal: a falta de segurança
É óbvio que a empresa negou, inclusive seu funcionário Christian Pozzi utilizou sua própria conta no Twitter para avisar que todas as informações eram falsas, porém pouco tempo depois sua conta foi invadida e deletada logo depois.
Nos documentos vazados fica claro a falta de cuidado com a própria segurança, observem o padrão de senhas utilizado: “HTPassw0rd”, “Passw0rd!81”, “Passw0rd”, “Passw0rd!”, “Pas$w0rd” e “Rite1.!!”.
Enfim, praticamente todos os clientes foram expostos e diversos negócios ilegais foram levados a público, resta saber o que as autoridades da Itália (país onde fica a empresa) irá fazer, já que boa parte das transações violam as próprias leis italianas.