O Ubuntu decretou o seu próprio calvário
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Antes que os puristas Linux me apedrejem em praça pública, quero dizer que utilizo o Ubuntu desde a sua versão 7.04 e que a versão 11.04 me decepcionou profundamente.
Me decepcionou tanto que terei que voltar a plataforma Windows.
Sinceramente eu gostei muito da nova proposta que a Canonical levou ao Ubuntu, mudando a sua interface e a sua semântica de trabalho, ficou algo novo, prático e muito bom de se ver, porém muitos usuários estão enfrentando diversos problemas.
Creio que a Canonical se preocupou demais na nova interface denominada Unity e se esqueceu do resto, ou seja, quebrou todo o paradigma construído do Linux, de sua estabilidade, escalabilidade e boa performance.
Hoje o Ubuntu 11.04 enfrenta problemas operacionais demais para um sistema pronto para uso, creio que ainda deveria estar em estágio Beta ou no máximo um estágio RC. Mas nada melhor que fatos para comprovar.
O primeiro ponto é o problema crônico com placas wireless de diversos modelos e fabricantes, alguns apenas não se conectam ou se conectam com lentidão, já outros (como eu) ao tentar conectar em uma rede wireless o Ubuntu simplesmente congela e não responde mais, até hoje estou utilizando um driver alternativo que deixa a conexão mais lenta e ainda apresenta bugs com redes utilizando proxy, um problema que não via ocorrer no Ubuntu desde a sua versão 8.10 e atinge um grande número de usuários.
A Canonical lançou um comunicado de que o Unity ainda não está acabado, então porque colocou-o na versão final? Ou deixasse ele de fora ou atrasasse o projeto (no melhor estilo Mozilla de ser) seria melhor do que apresentar ao grande público um sistema cheio de bugs, são cliques de mouse que se perdem, comandos que simplesmente não obedecem e coisas do gênero que irritam muito no uso diário, ainda mais se utilizamos o Ubuntu em um ambiente de trabalho, onde tempo parado é dinheiro perdido.
Utilize o seu notebook somente na bateria, desligue, conecta na tomada e depois ligue-o novamente. Eu lhe apresento mais um bug, o brilho da tela assume que você ainda está na bateria (esquece da sua conexão na energia elétrica) e não adianta tentar regular o brilho, a tela simplesmente não obedece aos controles de brilho do Ubuntu.
Por fim, o próprio kernell ou seus módulos tem apresentado erros, neste caso creio que faltou mesmo foi tempo para realizar testes em larga escala e alinhar completamente todas as novas implementações neste nível do sistema.
Todo esse contexto deixa o usuário do Ubuntu com a impressão que está domando um velho Windows 95, um sistema instável, temperamental e cheio de falhas.
Mudo para o Windows, e o pior não é a mudança em si, afinal temos que ter flexibilidade e acompanhar o que nos é melhor, mas sim a dúvida: será que valeu a pena a Canonical frustar milhares de usuários com uma versão tão cheia de bugs como o Ubuntu 11.04 em prol de uma ideologia? Não seria o caso de lançar o Unity, mais refinado e bem acabado somente na futura versão 11.10? Afinal, recuperar cliente perdido é três vezes mais custoso do que conquistar um novo cliente.