O monopólio do Chrome para os navegadores
Enfim o monopólio do Internet Explorer acabou, mas novamente estamos começando outro. Veja porque o monopólio do Chrome para os navegadores será tão ruim quanto o anterior.
Quem é das antigas deve se lembrar da primeira Guerra dos Browsers, mais ou menos por volta de 1998, quando o monopólio do Internet Explorer foi ameaçado pelo novato Netscape, por fim o Internet Explorer mostrou sua força e acabou reinando onipresente por vários anos, o que levou o segmento de navegadores a uma completa estagnação, pois a Microsoft não fazia o mínimo esforço em inovar ou melhorar seu produto, afinal ela dominava completamente o mercado, para que gastar esforço e consequentemente dinheiro com isso? Afinal todo monopólio é ruim e vou explicar porque o monopólio do Chrome para navegadores também é ruim para todos.
Então, continuando a história, o legado do Netscape foi transformado no Firefox e uma nova Guerra dos Browser foi declarada, só que desta vez o Firefox mais ágil e com abas, extensões e outros recursos de fato ameaçou a supremacia da Microsoft com seu Internet Explorer e desta vez um novo personagem surgiu, era o Chrome mantido pelo Google.
O monopólio do Chrome para os navegadores: o início de tudo
Se tudo indicava que em um curto espaço de tempo o Firefox acabaria por superar o Internet Explorer, note que em alguns segmentos dominados por geeks o Firefox já era unaminidade, o novato Chrome que também possuía abas, extensões com a vantagem de ser extremamente “leve”, consumindo pouca memória foi correndo pela lateral, sempre integrado aos serviços do Google e por fim superou o Firefox e também o próprio Internet Explorer.
Mesmo a Microsoft correndo, atualizando o seu Internet Explorer que ficou por anos a fio na versão 6, não conseguiu conter a explosão que tem sido a adoção do Chrome por diversos segmentos, até mesmo os mais inusitados.
A queda do Internet Explorer é tão certa que o mesmo foi descontinuado pela Microsoft que lançou um novo navegador, com o nome de Edge, para tentar entrar novamente na luta por um espaço ao sol, já que agora ostenta um amargo terceiro lugar no market share.
O monopólio do Chrome para os navegadores: a situação atual
Hoje o Chrome domina aproximadamente 87% do market share, isso se deve a 70% pelo navegador em si e os outros 17% vem da adoção da engine Webkit por diversos outros browser menores (até mesmo o Opera fez esta adoção).
Para os desavisados a engine Webkit é mantida pelo Google e ela é responsável pela forma como o browser renderiza sites, reage aos recursos de sistemas web e que interage entre você e o que vê na tela do browser, ou seja, se o Google mudar algo no Webkit irá afetar muito a vida de 87% dos usuários e isso causa um impacto profundo na relação usuário-internet.
O monopólio do Chrome para os navegadores: por que é tão ruim?
Podemos resumir os problemas de um monopólio (foram basicamente os problemas encontrados no momento do monopólio do Internet Explorer):
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- Os ditames de evolução do HTML, JavaScript e CSS que são executados primariamente no browser são mantidos por consórcios a fim de que a tecnologia se desenvolva em caráter de interesse coletivo, com um único browser dominando mais de 90% do uso é possível que a empresa desenvolvedora cria sua própria especificação das tecnologias acima de acordo com os próprios interesses e tem empurrar esta especificação como padrão, quem não se lembra do Internet Explorer 6?
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- O browser dominante deixa de evoluir, isso também foi visto com o Internet Explorer 6, afinal se o mercado está totalmente dominado não se faz necessário gastar esforço e dinheiro para evoluir;
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- Concorrentes que surgem são sistematicamente massacrados pelo browser dominante, na maioria dos casos com técnicas anticompetitivas;
- Não existe liberdade de escolha, nos tornamos mais do mesmo de uma grande massa manipulada por uma única empresa.
Como já presenciamos anos atrás com o Internet Explorer 6, um monopólio de browser é muito danoso tanto para os usuários no curto prazo quanto quanto para a evolução tecnológica no médio e longo prazo e pior é que não existem concorrentes viáveis ao Chrome, somente o Firefox pode fazer frente, mas mesmo assim é preciso uma grande injeção de recursos (humanos, capital, etc) no projeto para que ele tome fôlego novamente.